Narra-se a
história de uma senhora, dizem que trambiqueira por necessidade, que vivia de
botar baralho para as pessoas da cidade. Vendo felicidade e desgraças, em suas
cartas de baralho, nas vidas daquelas pessoas, dependendo de sua necessidade
imediata de alimento e sustento.
Quanto maior a
necessidade em que se encontrava, maior a desgraça que as cartas viam para
aqueles que pagavam para ver o futuro nas figuras de seu baralho.
Cobrava pouco, para não assustar o
cliente, porém, sempre nos despachos caía com uma galinha, nem sempre preta,
dependia das que ela visse nos quintais a ciscar o lixo. Alguns trocados para
velas que ninguém sabia que cor era, pois esta fazia questão de comprar
pessoalmente para não haver engano no despacho, e a venda de algum patuá para a
proteção das crianças e gestantes.
Gente boa, e que
não enganava ninguém, mas todos faziam, ou por caridade, ou por amizade,
questão de ajudar crendo em suas palavras por alguns instantes enquanto esta
prestava seus serviços místicos.
Autor: Davi Moura Nobre
Professor da Rede Estadual de Ensino do Ceará
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