Dona Maria Farias.
Mulher, Professora, Educadora, Negra.
Símbolo
de resistência e luta por direitos e oportunidades iguais para todos. Em uma
sociedade preconceituosa que não a permitiu assumir a direção de uma escola de Ensino
Fundamental e nem a regência de uma sala de aula do 2º ano do ensino fundamental,
por ser negra.
Maria
Farias, como era conhecida, e ainda é lembrada, na década de 70/80 e início da
década de 90, foi uma das poucas pessoas negras, descendentes de pessoas escravizadas,
na região de Quixadá, a ingressar no Ensino Superior, e formar-se em Pedagogia
pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) – Faculdade de Educação, Ciências e
Letras do Sertão Central (FECLESC).
Em
sua jornada de luta, que se iniciou desde muito cedo, nunca permitiu que a cor
de sua pele e a aspereza de seus cabelos impedissem de buscar dias melhores
para si, para a família e para todos aqueles que sofriam a discriminação social
e racial nas ruas de nossa cidade. Mesmo diante de tantos empecilhos impostos à
sua vida e a sua condição financeira. O sonho de ser educadora e fomentar a
esperança de dias melhores no meio de jovens e adultos que não possuíam formação
básica, fez desta personagem, para quem a conheceu pessoalmente, um ícone de
liberdade, educação e resistência, alfabetizando a todos que a procuravam sem
distinção de cor, credo, posição social, orientação sexual e limitações físicas
e psicológicas.
Davi Moura Nobre
Professor da Rede Pública Estadual do Ceará
Vale lembrar, que esta heroína começou sua vida como gari. Foi varrendo as ruas de Quixadá que a conheci e passei a admirar um valor tão singular, que a caracterizou e fez desta grande mulher, que certamente nunca terá uma rua com o seu nome, alguém de uma personalidade tão digna. Minhas honras à grande educadora Maria Farias.
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